A RUA MEDROSA

Eu não vejo a rua

dobrar aquela curva:

ela se encolhe

no final do beco,

onde uma casa rústica se levanta

em ser muro largo e furtivo.

A rua tem medo de chuva

quando os ventos se contorcem

e reviram o lixo nas esquinas.

Ela se sente comprimida

entre a faltança de um abraço

e o sorriso dos passarinhos.

São Paulo, 23 de fevereiro de 2010.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 23/02/2010
Código do texto: T2102795
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