A RUA MEDROSA
Eu não vejo a rua
dobrar aquela curva:
ela se encolhe
no final do beco,
onde uma casa rústica se levanta
em ser muro largo e furtivo.
A rua tem medo de chuva
quando os ventos se contorcem
e reviram o lixo nas esquinas.
Ela se sente comprimida
entre a faltança de um abraço
e o sorriso dos passarinhos.
São Paulo, 23 de fevereiro de 2010.