SEM ALIANÇAS

Sem alianças

Depois que perdi aquela natureza

Não busco mais

Identifiquei a alma das coisas

Vivendo o passar das horas sem incomodo

Aguardo no silêncio profundo que me encontro

O explodir

Quando os alicerces cedem

O arroto instantâneo

Dizem que morta estou e não sei

Vivo assim como você que nada tem para falar mas fala

De repente a implosão

Tão tonta que mesmo não viu

O abicou pelo corpo o fósforo riscado e mascado

A mulher despida a fogueira acesa o corpo maculado

O mito rendido à ciência esculpida

A miséria tolerada

A arvore derrubada à casa construída

As formigas trabalhando

Você desafinando a irmandade dividida

Deixou de acender as velas no altar

Deixaram os santos ali como estátuas

Não mais tomou o banho de ervas

Não mais se pintou

Fechou-se embrenhou pela floresta

Ali os perigos eram tantos que não mais quis saber e se entregou

O desagrado era real talões atitudes

Estas tão velhas tão cantadas

A musica no barulho diário

Minha graça tirou o brilho

Abriu-me o estreito

Daquela pequenez soberba

Neuza Ladeira

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 13/04/2010
Código do texto: T2193805
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