A Valsa dos Corvos

Fiquei calmo

Leve, tranqüilo e escuro

Além dos pesadelos

Dentro de um poderoso e obscuro defeito

Eu me odeio

Por ter vivido você

Seu cheiro

Por ter respirado você

Sem medo

Embora eu possa ter

Perdido meu caminho

Andando sozinho

Sem destino

A sombra de um moinho

Não fico de luto por você

Por um tempo eu queria ter sido como você

Deitar frio no chão, como você

Dançar em passos lentos de uma valsa fúnebre, como você

Viajar sem destino entre os pastos mortos e animais decompostos, como você

Hoje já não existem barreiras entre nós

Hoje piso no chão que alimenta os vermes mais podres

Que você já pode gerar

Hoje a lágrima que cai dos meus olhos

Dessa vez, seguida de um silêncio mortal

Mostra toda a glória que sinto em não sofrer mais por você

E hoje sou livre como você

Eu acredito que o nosso amor pode durar até depois de sua morte

Mais o ódio inflamado pelo seu incrível poder de sedução, nunca morrerá

Hoje sou como você

Deito frio no chão, como você

Danço valsas fúnebres como você

Viajo entre mundos pertos e distantes como você

Não sofro mais por você

Só pelo fato de hoje você estar morto pra me

E isso me faz ser melhor do que ti