NOSTALGIA

No escuro da noite passam vaga-lumes

Quais belos e cintilantes néons citadinos

Anunciando doces para os meninos

Ou espetáculos que abafam azedumes

Bem perto, invisível, quacha a perereca

Na noite escura seu cântico é lindo

Melodia simples de compasso infindo

Qual canto metálico de engenhosa boneca

A coruja notívaga espreita a sua presa

Seu piado arrepiante corta a noite

E quando se alimenta o roedor afoite

Vai cair em suas garras, sem defesa

E assim olhando essa majestosa atividade

Que começa quando a noite engole o dia

Eu sinto dentro do peito uma certa nostalgia

Dos tempos em que vivi minha mocidade

E chego até a sentir alguma saudade

Daquele típico cheiro forte de maresia

Que exalava do mar na maré vazia

E atrevido perfumava toda a cidade

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 17/11/2010
Código do texto: T2619946
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