ENLEIO

Tristi vida!...

Tu num ta vêno môço,

Tanta misera in tua vorta?

Tanta criança atoa?

Duente, cum fome, sem ixtudá?

Pois é môço, eu levo cumigo

Esse retrato tristi qui é diferente

maix é a merma disgraça da gente

A merma misera de lá!

Lá, a dô açoita o vento,

O nosso sofrê abafa no ar...

Maix lá, pelo meno nois tem

O mato verde, o rio, o riacho, a fonte...

Os bicho, o céu, a chuva, o só qente...

E a cachaça fresca qui alivia a dô da gente.

E...

Cumo é rúim si vivê na inginorança!

Eu posso vê agora quesses home

O coração num senti, num senti nada, mano!

Eles mata a vida dele e a razão da gente.

Interessante, o patrão, moço, eu num sabia...

O patrão é pulítico...

O patrão moço, é responsave pur tudo isso:

Retrato de misera e crime

De muita dor e sufrimento,

Muita fome e injustiça...

Muitas morte - muitas vida matada mermo!

pobre home,

Tristi vida!...

evangelista da silva
Enviado por evangelista da silva em 17/02/2011
Reeditado em 17/02/2011
Código do texto: T2797038