AJURU - ENA... (O Rio que Banha a Minha Aldeia)

O Amazonas é o mais belo rio que corre pela minha aldeia...

Mas o Amazonas não é mais belo que o rio que corre

/pela minha aldeia...

Porque o Amazonas não é o rio que corre pela minha aldeia...

O Amazonas desce do Peru...

E o Amazonas entra no mar no Brasil...

O rio que corre pela minha aldeia...

Não é o Tejo...

Não!

É o rio Ajuru - Ena...

É assim que se fala em nossa Aldeia...

É assim que se fala por lá...

Ele é azul...

E sua espuma em leite abundante...

Despenca das cachoeiras...

Formando as mais lindas cascatas...

É a mais linda serenata que até hoje estou a ouvir...

Confesso:

Beleza jamais vista não há!...

Ainda não fosse pouco, tem nome de mulher.

Cabocla

Ajuruena...

Índia dos encantos meus...

Encantada dessas matas...

Feiticeira do amor...

Índia selvagem!...

Dentre todas a mais bela...

É doce...

Sublime...

Linda...

Bela...

Oh! Yara...

Afogar-me-ei neste encanto...

Nesta meiguice ...

Carícia...

Encanto...

E canto,

E verso,

E prosa...

Oh! Menina...

Oh! Mulher...

Quando mais forças eu não tiver...

Entregar-me-ei à morte

O meu contentamento...

E por morrer

Em agonia

E puro sentimento...

Sem ao menos beijar

Os doces lábios

Seus...

Morrerei

Triste

E descontente

Adeus!...

evangelista da silva
Enviado por evangelista da silva em 24/02/2011
Reeditado em 24/02/2011
Código do texto: T2813009