Cumplicidade

“Pejorativamente” não seria a palavra ideal se o assunto não fosse amor, mas falando de amor, cumplicidade resume todo o ideal de uma vida a dois. Talvez pareça exagero, mas eu diria sem medo de errar que é impossível amar e não ser cúmplice. Talvez isso nem seja muito romântico, mas como planejar uma vida sem esse envolvimento determinante que funde planos ambíguos em planos únicos?

Sinceramente... eu não creio em amor sem cumplicidade. Não acredito no amor onde condições racionais e frias falam mais alto. Não creio em amor onde não se perceba essa fusão de metas, e... não que eu me comprometa, mas prefiro a singularidade de uma vida do que uma pseudo-pluralidade onde imposições suplantam emoções. Eu sou exacerbadamente emotivo para adaptar-me a frieza dos projetos pessoais. Gosto do vento imprevisível que não avisa para que lado vai soprar, procuro apenas senti-lo sem me importar com o ângulo ou com o sentido. Não que eu não goste de me nortear, nem prefira viver a esmo, mas prefiro as surpresas de uma vida baseada apenas nas juras de uma parceria insolúvel. O verdadeiro amor nem mesmo carrega bússola. Seu norte é indicado pelo coração que mesmo que pareça sem razão, é a própria razão dos mistérios deste tão sonhado amor com total cumplicidade.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 25/02/2011
Reeditado em 26/02/2015
Código do texto: T2815197
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