A BARCA
Hoje é como a barca que saiu do porto
e se dirigiu a um lugar remoto,
sem ter certeza de sua trajetória...
Entre as grandes muralhas marítimas,
o desafio assustador do desconhecido.
A paixão devastadora dos ventos
derruba qualquer movimento incerto,
fora dos labirintos pitorescos do Norte.
A sombra prateada se declina sobre o mar
e as margens recolhem seu fôlego.
Depois vem o entorpecimento de lábios
que pranteiam seus desejos e ardores,
na tentativa ensurdecedora de queixumes...
A ameaça de uma turbulência se deflagra
no impaciente alvorecer das caravelas.
São Paulo, 27 de abril de 2011.