Momentos

O sino soa devagar para os mortos

Entre a quietude da neblina saudosa

O sino não poupa quem chora

O ar que me aviva é maior que o destino

É a liberdade que nutre meu sono

E o meu sonho ninguém define

É o começo do meu fatigante fim

Perdido entre pensamentos distantes

Aproxima-se o instante súbito

Quase sinto o vento fresco a me asfixiar

Vejo num relance o fio da minha vida

Trazendo em si a leve brisa fria

Aquela mesma velha brisa que me sufoca

Ouço atento a uma harmonia que me faz

Lembrar de tudo que havia me esquecido

Sinto a dor pairando no ambiente

E me vejo de repente sob certo corpo adormecido

(Que estranhamente parece o meu)

Que agora não respira

Ouço vozes que se repetem fazendo eco

A meus pensamentos mais frequentes

Dou uma ultima breve olhada

Enquanto percebo que ao longe

Escuto aquele sino dissonante

Já não há mais dor

Já não há mais sorte

São somente momentos

Que definem tanto a vida quanto a morte.

Luiz Henrique Santos
Enviado por Luiz Henrique Santos em 03/05/2011
Código do texto: T2947605
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