Confissões à Vida

Quero fugir

Para bem longe daqui

Onde ninguém me possa descobrir

E alcançar o que aqui nunca consegui.

Quero ver o dia a nascer

Com a segurança que o vou aproveitar

Sem nunca o deixar perder

Sem nunca o deixar escapar.

Quero ver o sol a brilhar

Sem nunca perder o brilho diante da minha visão

Quero a esperança a tomar conta do que tudo possa imaginar

Humilhando o reinado da desilusão.

Sinto-me fraco

Sem saber para onde me leva a vida

Tenho a sensação que enfiei a energia num saco

Para viver apenas uma historia sofrida.

Sonhos que se traduzem em ilusões

De cenários impossíveis de alcançar,

Salpicados por diferentes emoções,

Retardantes da sensação de desesperar.

A voz já treme com medo de nada dizer

O coração já bate cansado

Sinal de quem passa o tempo a sofrer

Reflexo de mais um sentimento amargurado.

Dias cinzentos cobrem o meu caminhar

Fazendo com que tropece por onde passo,

Sem nunca ter algo que me possa iluminar

Nem sequer me reconfortar com um abraço.

Oh vida que me pregaste uma partida!

Sem nunca me mostrares um sorriso teu

Apenas me deste a tua versão aborrecida

E te digo que em mim isso sempre doeu!

Dá-me uma oportunidade

De te fazer sorrir para mim

De mudar a minha triste realidade

E dar a esta dor um rápido e merecido fim.

Sinto-me a fraquejar

E a perder tudo o que me resta

Com este sofrimento que não quer acabar

E que me dá uma vida que não presta.

Vou acreditar que novos ventos virão

E levarão este mal que me domina

Estou farto de viver em desilusão

Que calmamente me assassina.

Quero deixar de sofrer

E me levantar com a força que ultimamente perdi

Ganhar energia para de novo viver

E lembrar que ainda não morri.

Não sei se ainda terei forças para tentar

Nem sei se irei conseguir,

Apenas me posso lembrar,

Que só tentando o irei descobrir.

João Filipe Ferreira
Enviado por João Filipe Ferreira em 18/11/2006
Código do texto: T294830
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