Amanhecer

Janela entreaberta,

Perfumes de folhas orvalhadas, menina encoberta.

No leito o cheiro de amor,

Repousa tranquila a cabeça no peito de seu senhor.

Seus sonhos roubados,

Por uma promessa mentida, seus segredos ingênuos sequestrados.

Seu algoz te entorpece,

Te priva de todas as cores que estão lá fora quando o dia amanhece.

Te faz tanta dor,

Que louca de medo faz teus lábios mentirem amor.

Teu olhar já não vê o frescor da relva molhada,

olhas por um vácuo de um vazio onde jaz enjaulada.

Traz em si encerrado o desejo de amar,

Não percebes os raios de sol brincando em teus cabelos, te fazendo brilhar.

Folhas caídas amareladas,

Assim anda tua alma, sem frescor, sem se permitir ser amada.

A coragem que faz a noite ceder lugar para o dia,

Há de chegar à ti, e assim brotar a força que findará tua agonia.

Ah! Alma Clara tantas dores sentes em teu ser!

Quem me dera pegar tuas noites, lançá-las longe,

e em uma caixinha te entregar um pedacinho do amanhecer!

"Dedico esta poesia a você, que precisa respirar um pouco do mundo lá fora".

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 23/01/2007
Reeditado em 23/01/2007
Código do texto: T356456