Cai a tarde de outono...

Vejo cinzas nas nuvens que trazem adeus

Vejo clarões que se espelham na lagoa

Enquanto a garoa desce sobre o gramado

Ao longe, muito distante, os pensamentos correm

Com a destreza que a imaginação lhes concede…

Ah, o doce vagar entre o estalo dos galhos

Nesse mesmo instante que se alarga, chega

Uma garça de seu voo ao entardecer

E pousa no parque, por trás de concretos gigantes

Nossa pausa é tão pouca e alucinada

Que esquecemos até que o outono começou,

Que a tarde sobrevoa as ruas intranquilas

Agora ficamos aquietados com a perfeição

Do azul que empalidece e aguarda seu último momento

De presenciar mais um fim de dia…

São Paulo, 21 de março de 2012.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 22/03/2012
Código do texto: T3569135
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