O Véu da Noiva e o Besouro

Era uma vez um véu antigo todo embrulhado em si mesmo, onde numa manhã fria pousou um besouro.

O besouro estava estático encima do tule. Descansava.

Captou o meu olhar de repente quando eu pousava os olhos para as coisas comuns, sem dar importância a nada.

Em poucos segundos, ele começou a mergulhar no tule,

Para isto levantou as antenas em busca de visão;

Queria abrir caminhos na certa, só podia.

Me forçou a abrir todas as camadas de véu uma a uma, a medida que passeava nos tecidos. Para dentro.

Por fim chegou na grinalda e misturou-se nas contas de miçangas e velhos corais marinhos, pequenos pedaços de conchas e pérolas;

Passeou, passeou... buscou precipícios,

Quando encontrava um abaixava e encolhia para si as antenas, como que olhando uma paisagem;

Talvez estivesse calculando a distância do pulo.

Voltou atrás para a grinalda e adentrou nas pequenas rosas,

Mais uma vez estático descansou dentro delas por alguns minutos.

Depois disto, fez todo o caminho de volta até o início deixando o véu aberto.

Saiu em direção à janela e sumiu deixando para mim os verbos da história.

Mila Mariz
Enviado por Mila Mariz em 17/05/2012
Código do texto: T3673451
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