O Véu da Noiva e o Besouro
Era uma vez um véu antigo todo embrulhado em si mesmo, onde numa manhã fria pousou um besouro.
O besouro estava estático encima do tule. Descansava.
Captou o meu olhar de repente quando eu pousava os olhos para as coisas comuns, sem dar importância a nada.
Em poucos segundos, ele começou a mergulhar no tule,
Para isto levantou as antenas em busca de visão;
Queria abrir caminhos na certa, só podia.
Me forçou a abrir todas as camadas de véu uma a uma, a medida que passeava nos tecidos. Para dentro.
Por fim chegou na grinalda e misturou-se nas contas de miçangas e velhos corais marinhos, pequenos pedaços de conchas e pérolas;
Passeou, passeou... buscou precipícios,
Quando encontrava um abaixava e encolhia para si as antenas, como que olhando uma paisagem;
Talvez estivesse calculando a distância do pulo.
Voltou atrás para a grinalda e adentrou nas pequenas rosas,
Mais uma vez estático descansou dentro delas por alguns minutos.
Depois disto, fez todo o caminho de volta até o início deixando o véu aberto.
Saiu em direção à janela e sumiu deixando para mim os verbos da história.