Meus ais

Meus ais

A quem interessa meus ais

se não a mim mesmo?

O sol escondeu seus raios

e a noite ofereceu-me suas sombras.

A quem importa o meu sorriso guardado,

meus trôpegos passos e a dor

que acompanham a caminhada

se não a mim mesmo?

Mesmo que não os tenha plantado,

são ervas daninhas crescidas

em meu próprio jardim,

desafiando meus dias.

Não vou a outros incomodar.

Meu liquido ser deixarei

ser levado por entre as pedras,

até despencar em cascatas de luz

e descansar em sereno lago.

Em meu silêncio

cuidarei dos meus ais,

como se cuida de um filho.

Eles hão de me deixar

em paz.