LUSCO-FUSCO
Alguns signos que se erguem
Como emblemas de anunciação
Aos elementos me levam
Gotas de chuva torrentes
Sementes ventos furtivos
Segredos de aluvião.
Quando o sol se faz presente
No estio carrega o vento
E ofusca o fugaz momento.
À tona o lusco das pedras raras
Mistura-se ao brilho da paixão.
Se radicam os sentimentos
Outrora tão compassivos.
O corpo toma-se
De cobiças dormentes.
A volição de um mormaço
Que é prana vital energia.
Basta o aroma ávido da terra
E um beijo roubado a ninfa
Que a esta lírica elegia
Tão doce vem alumbrar.
Oh tais tontearias que me fazem
Em êxtase caminhar sobre águas.
Pelo o rastro da maresia ir-me
Seguindo e no intimo repetindo
O heróico ânimo de uma grácil bateira
Rompendo tormentas no mar.