As preces rogadas de última hora
As vozes entoadas nesta prece
Uníssonas rogavam ao capelão
O perdão de seus males,
O rápido apagão de seus pecados
Pagãos...
Nos lapsos terrenos
Friamente calculados
Rogam agora muito embora saibam não ser crível
O arrependimento final,
Merecendo então o céu.
Desfazendo os demais,
Julgando os “errados”
Enojando – se dos sujos
Roga hoje na mesma toada
Para ter sua glória finalmente alcançada.
Talvez essas vozes entoadas surtam efeito enfim
Sabendo que de repente se fez carne
Aquela obra divina,
Entronada com ouro e marfim.
A ampulheta caminha a passos largos
Espalhando a areia fina,
Corroendo as têmporas
Dos mortais a orar.
Neste final de sensações
A preocupação é para onde se vai,
Merecer um paraíso
Mesmo sem ter vivido para isso.