A cura

Talvez a cura pro enfermo

Esteja próxima,

Essa chaga aberta há algum tempo,

Ainda insiste em arder.

Esse ardor torpe

Dilacera pouco a pouco

A carne, corroendo agora

A metáfora do ser.

A ferida ainda sangra,

E a cura talvez esteja próxima

Deixando inteiro novamente

Este pobre ser.

Talvez a cura nem seja o essencial agora,

Tratar a origem,

Negar os vícios,

Exaltar as virtudes.

Talvez essa cura pro enfermo

Seja tão efêmera...