O que eu quero da vida?

Não sei.

Meu corpo perturba

minha mente está confusa

e quando sinto que me curei

eis que aparece um novo foco da doença

E sinto a força da sua presença

invade cruelmente, sem piedade

o que resta de mim

e sem freio, atropela meus pensamentos

Sinto um arrepio entre os espaços

de espinha dorsal, e muda de grau

a febre vem como trovão

e o calafrio como uma ventania, causando devastação

O que eu quero da vida

é sair de dentro de mim

estou sentenciada por uma cláusula

e nem sequer consigo soletrá-la

Para entender o que me falta

sair dessa casca

que em vez de quebrar

mais faz é endurecer

Entre murros e socos

acabo espancando a mim mesmo

pois não acho o jeito certo

e assim, a vida vira um inferno

A doença se multiplica

até meus poros choram

pois os olhos não mais lacrimejam

suas células já estão mortas

E tento repor minhas energias

mesmo dentro de protocolos

regras dessa sociedade besta

ou então é maluquice da minha cabeça

Ligo o rádio e lá fica sintonizado

e vez em quando levanto e danço

mas debilitada paro, pois canso

e sentada, entro em prantos

Planejo um simples horário de estudo

mas desisto no meio

pois sou muito indisciplinada

não obedeço nem a minha ordem de jornada

Imagino uma seringa

me injetando aos poucos

doses fortes de adrenalina

para ver se me reanima

Amanhã eu sei o que farei

o de sempre, mesmo com febre

até conseguir uma alternativa

uma nova fase pra minha vida!

Una mujer
Enviado por Una mujer em 03/03/2013
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