ACASO
Não sou eu a mãe inconformada
Por ter tido um orgasmo indesejado.
Nem sou eu também o pai,
Que foi para a cama por acaso.
Serei eu um ser errante?
No mundo, abandonado?
Não pedi, não desejei.
Nem senti a volúpia de dois corpos,
Desenfreados,
Num desejo sem destinos de um caso ao caso.
Nem culpo o útero materno,
Que inocente foi fecundado.
Sou apenas um esperma crescido,
Que no meio da noite não foi evitado.