ACASO

Não sou eu a mãe inconformada

Por ter tido um orgasmo indesejado.

Nem sou eu também o pai,

Que foi para a cama por acaso.

Serei eu um ser errante?

No mundo, abandonado?

Não pedi, não desejei.

Nem senti a volúpia de dois corpos,

Desenfreados,

Num desejo sem destinos de um caso ao caso.

Nem culpo o útero materno,

Que inocente foi fecundado.

Sou apenas um esperma crescido,

Que no meio da noite não foi evitado.

Lúcio
Enviado por Lúcio em 30/04/2013
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