Há de...
Há de dizer do crepúsculo
Há de dizer das cintilações
Há de flutuar pelas lembranças.
E, distante se vai...
O barquinho em alto-mar
Desliza leve e sobe marulhando.
Há de ouvir o murmúrio do ventos
Há de costurar as velas eriçadas
Há de sentir a maresia das praias
Há de ficar morrendo de saudade...
O barco
Veloz
Ficou
Tombou
Sumiu
Partiu.
Ninguém mais o viu...
só uma gaivota alvíssima
voejante - assistiu:
ao plainar tranquila
sobre às águas.
Ouviu! o último suspirar do barco
ao bordar a linha do horizonte
a riscar às águas bem profundo
ziguezagueando sem direção.
o tempo passou
o barco passou
o sonho acabou
E a vida escapou, por entre, as cintilações.
E o meu olhar, se perdeu, desaguando...
E a saudade, lentíssima, não quer cessar.
Anos depois, reviro na memória,
A imagem daquele barco singrando
Agora, restaram desolações e solidões.
Já não posso mais jogar a minha rede
Já não posso mais fisgar o passado...
E, no lugar do meu coração:
– Nasceu uma estreladormar!