FLOR DA APATIA

Sinto o aperto do espírito que deseja aflorar

Que arde e arrebate... E não me poupa

E marca em meu corpo o descontamento

Com a vida presa, com as algemas que lhe impus!

E sofro duplamente, pois sou a vítima e o culpado

Não rio e nem choro, apenas me calo e vejo o tempo passar

E o passado cresce triste enquanto um futuro borrado se desenha

O mundo real não se parece com o pesadelo de minha mente

Não vejo o que é e nem o que há

Vejo o que quero mesmo sem querer

Nada é senão o sofrimento alucinante da mente adoecida

Não há amor e nem ódio

Somente a flor triste da apatia sobrevive

E, como uma praga, escurece tudo ao redor

Esteriliza todas as cores, cheiros e sensações

O mundo não gira, não muda... não tem virtude alguma

Pássaro das Palavras
Enviado por Pássaro das Palavras em 03/09/2014
Código do texto: T4948334
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