ODE AOS ANOS DOURADOS QUE VIVI

Eu te abracei outrora de minha vida

Dançando a música “DoYou Wanna Dance”

Ao belo som de Johnny Rivers

E depois de muito dançar

Terminava devagarinho

Ao som estridente de The Fivers,

E logo depois vinha Dire Straits,

Em que rodopiava pra danar.

Foram anos dourados de inocência

Que ainda começou na criancice

Chegando até minha adolescência

E neste mundo vivido

Fez parte marcante o som do rock and roll

De os cabeludos The Beatles,

Que naquele mundo triste

Trouxe o novo som que ainda existe.

E nessa chaga de lembranças

Olhando a menina de tranças

Que encharca meu peito e desencanta

Lembranças nítidas de amor vão jorrando

De um sábado à noite estonteante

Ao som que por um instante

Faz minha alma no ar flutuar

De os Bee Gees românticos e extasiantes a tocar.

Não mais do que tanto vivi

No meu mundo de sonhos e de dor

Não existia um só momento de temor

E os seus suaves Pingos de Amor

Que aumentava o meu clamor

Por músicas douradas do meu viver

Para meus sonhos enternecer

E em mundo de sonhos permanecer.

Não sei mais em que mundo estou

Até o meu brilhar no firmamento

Não sei mais, não o encontro

E sequer minhas estrelinhas a iluminar

Com Erasmo Carlos a cantar

Os meus prantos a aumentar,

Com um som belo e romântico

E lágrimas presas no coração a chorar.

Não mais vivo em tantos encantos

Pra viver chorando tanto

O peito a explodir de tanto dor e espanto

No ocaso da vida sem um amor, um desencanto

Que possa ao menos me dar por instantes

Um gosto de perfume de flor

E vir a ter um novo acalento de amor

E ter um final sem muita dor.

Mas só sei que lá atrás deve estar

Meus sonhos vagueando estilhaçados

Querendo os anos dourados

Que não voltam mais ao passado

Para ouvir Creedence Warter Revival

E o seu som baratinado

Que muitos faziam viagens bem ao fundo

Através de visões de outro mundo.

As verdes folhas da vida

Estão aos poucos secando

Nada a gente vê sobrando

A não ser um mundo de sonhos esvoaçados

Nas lembranças musicais

E que não voltarão jamais

Dos Pholhas e Trepidantes

Que nas tardes dançantes bailei, até me senti um rei.

Sei não voltar o passado

O presente é o que se vive

Mas gente, do que se sonhou

Lá atrás, não se esquece jamais

E os sonhos vão sempre embalando

Ao som dos anos dourados

De tudo que não foi realizado

Só resta mesmo o que ficou para trás.

Mas como a vida é presente

Sozinho na dor a gente se sente

E vez por outra o passado vem indiferente

Nos dando estes presentes

Das belas músicas de sempre

De tempos que jamais sairão de nossas mentes

De um passado belo, de ternura e quente

Que neste ocaso de vida, vai ao túmulo com a gente.

JOAQUIM DA TÁVOLA
Enviado por JOAQUIM DA TÁVOLA em 18/12/2014
Código do texto: T5073660
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