Vidasonho
nas margens falsas de um rio seco
entre pedras de todos os tamanhos
pedaços de madeira jogados
por uma mão anciã
a imaginação tecendo a teia
o sol brilha inteiro no alto
cores e sombras mesclados na ausência
estrada infinita a serpentear a serra verde
que divide céu e nuvens ligeiras
enquanto o pó deixado pelos carros se espalha
campos coloridos ouvem o canto das abelhas
flores abertas ao amor eterno
perfumes confusos se enroscam na brisa
árvores desalinhadas debruçadas na grama
insetos ocultos nas folhas dilaceradas
restos de parede derrubados pela enchente
tijolos de barros quebrados,desfigurados
a morte do que o homem deixou
o latente preso nas cercas esfarrapadas
mato adornando um poço abandonado