INUTILIDADE

INUTILIDADE

O que se deve fazer?

Qual o sentido do que se faz e do que se pensa?

Por que esse vazio em derredor?

Qual o valor de todos os sacrifícios e renúncias?

O que explica essa sensação de inutilidade?

O que leva a se ter uma náusea constante?

Por que nada satisfaz completamente?

Onde se conquista essa serenidade e essa paz que anseio?

De onde vem esse dissabor perante a vida?

Por que tudo incomoda a e causa nostalgia?

Por que o silencio causa mais rumor que o nada?

E esse desejo de algo que não se compreende o que bem seja?

De onde vem tantos desafetos e tantas incertezas?

O tempo, o futuro, o espaço e a esperanço que sentidos têm?

Esse inverno chuvoso de saudades e de necessidades vai durar sempre?

O verão iluminado e as cores que dão beleza duram somente um pouco..

Chegou o tempo de dar o tempo a tudo isso que é pura inutilidade

Nada mais importa, resta-me somente:

Existência fragmentada

Vida desapontada

Vocação despedaçada

Viagem destroçada

Estrada sem saída.

Coração desiludido

Futuro incerto

Desejos insanos

Andar sem destino‼!

Sonhos, construções, status, conquistas e reconhecimentos

Tudo isso é o que? O que significa? Qual o seu valor?

Diante da inenarrável passagem de tudo e de todos o que permanece?

A triste constatação da inutilidade.

Tenho que viver assim, certo da minha inutilidade e que tudo não passa de mera vaidade!

Laços, vínculos, articulações, histórias e aventuras…

São elementos inconstantes e inconsistentes de fugidios átomos existenciais.

Dinamismo de uma realidade aterrorizada

Esboço de sistema jamais concretizado

Fundamento de uma investigação descabida

Compêndio de uma inutilidade concebida.

P. Jorge Ribeiro

Setembro 2013

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 02/02/2015
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