POEMA DA ESQUINA - PARTE II

Brincadeiras e diversões

Cabe tudo na infância de outrora

Gritos, correrias, choros e vibrações.

Todo mundo, entretanto um dia vê a escuridão

Alguns se vão embora

E criança também experimenta a dor

E chora

E lembra

E lamenta

A vida de hoje não permite lembranças

Mas a memória insiste em lembranças tantas

Na esquina.

Infância da rua e das correrias

E da inocência

Hoje tão perdida

Que vai embora como as águas de um rio.

Criança pede a Deus e tem fé

E adulto que não tem

A tem na criança.

E depois que cresce o corpo a fé diminui

Criança perde inocência e pureza

A modernidade engole a vida

Na esquina.

Cenários de infância são sempre azuis

Ou verdes dependendo do gosto de alguém

As distrações modernas a chegar

A TV nos fazendo viajar

E a sorrir quietos entre amigos e entre sorrisos.

A escola infantil é um mundo novo

Uma montanha vencida por dia

Um horizonte novo por brilhar os olhos.

As espertezas e as obrigações

Ocupavam espaço nobre em nossas vidas

Sobrou menos tempo

Na esquina.

Infância é momento grande

Que não termina com a idade

Às vezes vai longe longe

Onde o coração alcança.

Não tem preocupação com o tempo

Tem o todo o tempo do mundo

O tempo faz crescer e desobedece a regra

Da eterna alegria pueril

Mesmo assim se vive como os segundos do relógio

Em devagares conversas intermináveis

Na esquina.

Às vezes a infância se colore

Com as cores da cultura do seu povo

E do lindo sol dos sertões gerais

Que se esconde e cede espaço ao vento

Atrevido a invadir as casas

Trazendo frescor e cheiro de terra

E trazer os sons noturnos que assombram crianças

De desentendimentos

De barulhos desconhecidos e assustadores

Ou silêncios infinitos

Na esquina.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 02/03/2015
Código do texto: T5155413
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