RIO DE INCERTEZAS.

Silencio a minha débil voz,

Fico mudo em meu ser,

Neste rio que não tem foz,

Onde as mágoas vêm beber.

Sou náufrago de tantas ilusões,

Nesta terra que me viu nascer,

Embarcado em muitas paixões,

Maior desventura não pode haver.

Sou peregrino por terras perdidas,

Carrego o desespero em meu peito,

Insaráveis são todas as feridas,

Abertas neste mundo imperfeito.

Caminho na noite silenciosa,

Como estrela que perdeu o brilho,

Já nem sinto em minha pele rogosa,

Os espinhos que semeiam o trilho.

Neste rio calmo de incertezas,

Mergulho em cada amanhecer,

As águas, levam as tristezas,

Que voltam em cada entardecer.

LuVito.