Se um dia...

Eu não quis nem mesmo saber se lá fora estava,

ou não a lua,

Ou se faria ao amanhecer chuva ou sol.

Entreguei-me ao momento único e já tardio.

Naquele pequeno espaço, entrelaçados os braços,

Já não havia espaço vazio.

O que antes fora desejos, sonhos contidos,

Agora eram pedaços de amor e de linhos.

Olhei atentamente os teus olhos,

Como quem procurava o passado,

Enquanto enxergava no presente,

Como se nunca estivera ao meu lado.

E assim veio o amanhecer que morria,

Que matava, sem que sentisse,

Um misto de paz e euforia,

Tendo antes o que sonhava,

Sonhando agora o que voltava a ser falta.

E por fim eu já não me contia,

Fundado em renovar a esperança,

Da difícil arte de viver na treva,

Sem sucumbir em plena luz de um novo dia.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 16/08/2015
Reeditado em 19/08/2015
Código do texto: T5348551
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