Se para ser poeta é preciso falar de amor, o que me resta? 
Se os amores que amei foram tão tristes
E adormeceram nos braços de um outono íntimo 
Que ao vento deu minha esperança de sorrisos

E levada despediu-se dos meus braços 
Levou a luz dos meus olhos agora aturdidos 
Carregou a minha alma de histórias 
Frias, torpes e a voz calou-me em duros golpes

Morrerei então sem ser poeta, um ser de pedra 
Resíduo dos vulcões que adormecidos 
São apenas uma paisagem fria

Morrerei sem ter da flor, odor ou cor que amenize 
A dor que vive presa nas palavras fugidias 
Que por Deus, jurei que eram poesias....

Cristhina Rangel
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 07/04/2016
Código do texto: T5597989
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