MINHA FLOR SECOU
MINHA FLOR SECOU
Houve um tempo simples, bonito, feliz
Quando tudo se guardava nas gavetas,
Nas cristaleiras, nos guarda roupas
E muitas das vezes se perdiam no tempo,
Ou mesmo se quebravam como as louças!
Houve um tempo ingênuo do sonho pueril
Das crianças nas ruas do mundo infantil
Das cirandas cirandinhas, o afamado
Mamãe posso ir, o carrinho de rolimãs,
O perfume da flor da Noite e do Romã!
Houve um tempo que passou-se o tempo
E as crianças, dos sonhos, caminharam
Pelas quimeras, devaneios e foram
Apreciando a noite, a desnuda lua
O pôr do sol, o olor nas manhãs das ruas!
Houve um tempo em que o amor nasceu
E com ele os rumores dos hormônios eclodiram
Em desejos proibidos, jamais sentidos
A Moça se fez mulher naquele advento
O moço, cumpriu seu dever em casamento
Houve um tempo, quando crianças corriam
Por toda casa e outras nos berços dormiam
E como que num encanto viu-se, de novo,
O tempo voltar no tempo e trazer o engodo
De um final desmentido com realidade e dor,
Nada é para sempre, a morte chegou
E a minha flor, que era tão linda, secou!
(Eugênia L.Gaio -11/06/2016 )