Segunda letra
Quanto tempo depois do último encontro...
Quantas portas fechadas,
quantos frios sentidos
Quantas mãos perdidas a tatear no escuro uma voz
A tua voz!
O teu sorriso,
A tua sabedoria.
Quanto tempo perdido...
Desde de o último aplauso
Quando as cortinas cansadas
Do palco se fecharam pra vida
E o que é minha vida, hoje??
Talvez um emaranhado de cotidianos
Onde reedito, um antigo poema inacabado
Aos 4.2 de vida, pareço não ser o mesmo
Mas ainda componho, na memória, uns personagens que não nasceram
Ainda escrevo - e perco - um texto
Perfeito para uma única cena - a última talvez
Eu deveria ter resistido ao tempo (sem medos)
Deveria ter atravessado essa ponte de orgulhos
Na qual nos desviamos pra achar um caminho provável.
Eu deveria fazer o caminho reverso
Voltar onde, de repente, tudo parou
Não esqueço!
Deveria??
Talvez!!