TEMPO

Acho que brinquei demais.

Quando ele passava, lento,

em nenhum momento,

tinha tempo pra lembrar.

Nem sei se era, realmente, o tempo

que me fazia sonhar.

Fiz tudo errado.

Amei e chorei, por erro

no modo de amar.

Sempre me diminuí

para alguém poder somar.

O tempo passava,

mas, o que era o tempo?

Eu não me preocupava.

Hoje ele passa depressa.

Que desventura é essa?

Já levou meu amor.

minha energia e vigor.

Como um vendaval.

passa por minha janela, entreaberta.

Quer levar meu sorriso.

De sobra, deixa a tristeza.

Só que, ao levar a alegria,

no alaranjado do dia,

se deparou com a poesia.

E, antes que venha

o temido escuro da noite,

que, sem dúvida,

é o seu pior açoite,

em seu trajeto diverso,

me cubro com o escudo do meu verso.

Eliezer Ávila
Enviado por Eliezer Ávila em 26/06/2017
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