Prisioneira

Sinto-me roubada e inundada,

Enlouquecida, tomada e invadida.

Teu cheiro se apropriou do meu cérebro,

Alimentou e culminou minha alma,

Atormentando meu coração.

Hoje, a tinta de raiva que havia colorido meu sofrimento,

Foi invadida por um sentimento quente e ardente.

Transbordando e infiltrando, por entre as paredes do meu corpo.

Na minha pele, corre um rio de vasos pulsantes e energizados.

É um roubar de coração,

É um sonho sonhado,

É um sonho profundo,

É uma angustia serena de sabor inexistente,

É um sonho vindo de outro mundo.

Um sonho sugando meu íntimo pervertido,

É um roubar descontrolado de desejos escondidos

Sem perdão, sem direito a fiança,

Tornei-me sua prisioneira.

Rio de Janeiro, 11/01/2018