Bucolismo

Ando por ai sem graça;

A vida se esvai do corpo

sem força, aos poucos...

Me apoiando no mal que causei

A mulher amada, vou sofrendo...

Percebo a eternidade como compaheira

Ela me fala em passarmos o futuro

Juntos.

Sorrio, sem graça, e me volto

Ao passado...

Fui feliz!

Ao teu lado era forte, nada me abalava

Estruturado no amor por você

Possuia tudo o que queria:

Da tua boca me alimentava,

No teu corpo me abrigava

E dos teus cabelos cor de sol

Descortinava a escuridão.

Minha vida era perfeita.

Hoje incerto e doente

(Você foi mas o amor ficou.)

Não sei o que fazer com um coração

Vazio onde o amor bate melancólico

O teu nome.

Como viver se meu corpo vibra o teu nome?

Fibra a fibra vou me desfazendo

Recordando dos raros momentos...

Olho minhas mãos e resolvo

Cortá-las.

Para que me servem agora?

Tarde descobri sua utilidade,

Tocar você.

Combinação perfeita, veículo

De prazer e emoção.

Senti o calor do sol e não as queimei,

Senti a maciez das nuvens sem desfazê-las,

Tomei tua intimidade e me desgracei.

Tenho-as inútil, sem ofício, caídas

Ao lado do corpo.

Meus braços, pêndulos, movimentam-as

No compaço do coração que lembra

O teu nome.

Vou vivendo, vou sofrendo...

Por que perdi você?

Por que tive você?

Jamais entenderei...

Perdidas no copo de vinho

As perguntas derramam

Pela borda do copo.

Misturado a vinho, perguntas e pó

Me diluo até a chegada do sol.

Torto, sorvo o vinho.

Cego, vejo você.

Você aquece a esperança

Que ainda há em mim.

Feliz evaporo

E antes de tocar você

Condenso no teu desamor

E volto a realidade:

Sou pó, pior sou lama.

Do alto não me vês

Mas me aquece

Como um vil ser.

Destino triste o meu:

Sentir você e não poder

Fazer você me sentir.

felix feniel
Enviado por felix feniel em 15/09/2007
Reeditado em 21/09/2007
Código do texto: T653306
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.