O meu primeiro Alberto Caeiro

Penso

E o melhor é não pensar

Mas, os sentidos enganam-me

E cada momento sentido

Transformam-se em pensamentos

Cheiro a minha pele

Lembro-me dele

Vejo as formas dos prédios

Lembro-me dele

Até mesmo o pôr-do-sol em São Paulo

Me faz lembrar dele

Por que penso tanto

senão o quero?

Por que sinto tanto

senão o sinto mais?

Como sinto se logo penso?

Na cidade

(estou doente da cidade)

meus sentidos se confundem

Entre flores

e meu girassol

E seu nome é Caeiro

não penso em nada

E amo

Simplesmente amo

Pois amar é a eterna inocência

E a eterna inocência

é não pensar.

Julex
Enviado por Julex em 15/09/2007
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