Um dia na roça (primeira parte)

Lá na roça acordo cedinho

Com o galo a cantar

Vou até a janela

O amanhecer espiar

O cenário que logo avisto

É lindo de se admirar

O sol quentinho vem chegando

Para o dia clarear

Logo à frente tem um morro

Onde o gado vai pastar

Ao redor, a passarada

Entre as árvores a cantar

Vou até a cozinha

Coloco a lenha pra queimar

Um cafezinho gostoso

Já, já, vamos tomar

Saio pra caminhar um pouquinho

Vou ao curral e depois ao galinheiro

Sinto um cheiro esquisito

Lembrei! Vem alí, do chiqueiro

Mas pra compensar o mal cheiro

Tem a bela mata ao redor

Que a brisa nos faz o favor

De um gostoso perfume soltar

Depois vem a hora do almoço

Hummm!... Arroz, ovo, moranga e almeirão

Opa! Não pode faltar o feijão

Nem tão pouco o angú sem caroço

De sobremesa gostosa

Tem goiabada cascão

Doce de leite ou compota

Queijo mineiro ou requeijão

Esticada na varanda

Uma rede a convidar

O corpo já amolece

Deito sem pestanejar

Aprecio o bom momento

Pois a moleza vai acabar

Fico alí, só no lamento

Pois pra cidade grande vou voltar

Voltar pra correria

Onde o lugar comum é a pressa

Ganhar meu "pão-de-cada-dia"

Do melhor jeito que há: trabalhando, ora essa!