vilarejo

Os dias estão chuvosos, o inverno finalmente tomou forma nesse vilarejo! Eu ando em silêncio escutando os pingos da chuva nessa casa de telhado baixo, eu me deito escutando os sapos fazendo serenata de amor, o som das folhas é barulhenta, comparada ao som que não existe na minha cabeça.

Não é estranho nesse período a melancolia tomar conta da minha alma, já que o inverno simboliza a tristeza, eu não entendo, as pessoas ficam próximas, tomam chá, eu prefiro vinhos pra aquecer a solidão.

É questionável minhas preferências, esses dias eu prefiro está só, eu prefiro não me aquecer, não está com ninguém, apenas comigo, apenas me olhando, reparando em cada detalhe que eu mesma me coloquei, consigo ver o que mais ninguém ver, a pessoa extraordinária que eu me tornei, depois de tanta tempestade sem resgate, de tantas enxurradas. Esse vilarejo é capaz de lembrar dos deslizamentos, de lagrimas em minha face, os dias nublados, as noites frias e escura, e que no meio da madrugada quis eu fugir, pra onde tão desorientada correria? Pra que lugar sem origem, sem reconhecimento eu iria?

O inverno não me deixa seguir, o frio não me acalma! Então eu levanto mesmo coberta de gelo, mesmo não sendo eu, a andar em meio a tantos pingos gelados, o vento da chuva dança para mim, os sapos passam sobre os meus pés, todos esses dias chuvosos é uma melancolia só, parecem até uma sinfonia desajeitada dentro mim, daquelas que não tem som, e a unica melodia é o som das minhas lagrimas que caem congelada nesse chão onde todos dançam sobre mim, e eu implorando que o verão chegue pra me arrancar desse momento tão monótomo, tão podre!

Esses dias chuvosos vai acabar com o resto do calor que faz em mim, eu olho em volta somente as folhas dessas árvores balança e se alegram com esses dias, eu quero mais do que uma noite que me deixa sozinha, eu quero um verão eterno.

hoje amanheceu e o sol ainda não deu bom dia!