duas chances
Duas Chances
Duas chances que perdemos,
Duas horas que se foram, o relógio se quebrou,
A vida dividida, um amor e uma mordida, os dois lados,
Despedaçados, o que eram unidos se espalhou.
Calor diverso, mundos submersos, cadê a poesia,
O sal as maças frias?
Pobres dos meus versos!
Outrora me foi o espírito qualificado numa felicidade infinda,
Quando era o fim de minha vida, e não havia mais nós dois,
A morte se passou num disfarce de uma sorte, e nos achou e nos pegou,
E agora?
A paz que e mim existe, a paz que em ti existe em mim se faz bem humorado,
Porque eu te amo, sou teu amigo, sim, teu namorado!
O poeta do meu ser como um, já se mostrava, longe, cedo no alvorecer. E, depois,
De tudo o vento, as lembranças perguntaram-me: “O que aconteceu?...”
Outrora foi o tempo de nós dois. Era uma vez em que o céu foi mais azul!
Éramos amigos, distribuíamos por natureza, vivíamos reunidos, sobrepujávamos as tristezas.
Teus olhos me fascinaram, tua meiguice me penetrou a alma.
Esperei por você, surgiste como um exército com bandeiras, festejando a vitória...
Caminhando por sobre o deserto, e por isso, de certo, tudo vai acontecer,
num tempo certo!