ENTRE PÓLOS
Entre a razão e o frisson
entre o certo e o incerto
entre a água e o deserto
tenho náuseas de desgosto
e arrepios de gozo.
Não quero que me olhem com escárnio
nem quero me valer da hipocrisia
não quero estar entre os dejetos pútridos
da arrogância e das mentes vazias.
Tenho frêmitos e espasmos vadios
percorrem meu corpo confusões e desvarios
estou entre a cruz e a espada
vou me perdendo, sem nunca ter sido achada
Vejo animais cheios de razão
a rastejar na empáfia...vomitar o pão
limpar seu lixo com a mão alheia
servir a ceia em meio à podridão
Meu corpo arde, febril e alterado
contorcendo-se em plena excitação
quero um gozo limpo, quero quem me ama
quero fazer a cama, e me deitar no chão
Não quero a culpa da indiferença
nem quero angústias e decepções
só quero o amor em doses extremas
zerando a dor da falta de opções
Lanço meu grito, invento orações:
Que seja o amor a causa e consequência
hoje, sempre,até que a morte me vença!
Digo amém...e novamente amo!