Uma linda noite
Olha só. O céu está elétrico.
Nuvens dançando, negras e velozes.
Ainda não choveu. A água não verteu.
Mas a cena promete, com seus belos relâmpagos.
A tempestade não vai tardar
Quero senti-la até acabar...
Vou terminar os versos à mão
Pois os programas logo cairão.
As folhas secas emboladas na poeira
Voam em festa neste vento de outono.
Prenunciam mais uma tarde cinzenta... lenta.
Lenta como as gotas de chuva na vidraça do quarto.
A calmaria é deslumbrante...
Mas o que eu adoro é o exato momento da mudança.
Quando o mundo explode em trovões
e a água despenca em velocidade excitante.
Vou banhar-me andando devagar pela rua
Ou voar por sobre as poças d'água.
Tanto faz. O que importa é participar.
Escancarar! Gritar! Correr como louco, até cansar.
Agora sim...
Exausto eu me sentarei à mesa...
Arrumarei o papel e a caneta...
Acenderei meu cigarro e abrirei o conhaque...
Sorvendo um gole com toda a calma do mundo,
sentindo a paz e observando a escuridão molhada lá fora
Agora estou pronto para mais uma noite de tempestade...
e poesias!