Cadeira vazia - lembranças

A cadeira vazia sonhava

Na tarde leve de sorriso ao relento

Onde o vento também dormitava

Na curva do pensamento

Aroma de pão quentinho

Deitado à beirada da porta

De um alegre ninho

Em frente à horta

A cadeira sonolenta balançava

Lânguida como a velhas memórias

De lembranças em tela pintava

Felizes dias de doces histórias

Ouviu-se remoto som do pilão socando

O café que no bule falava

Quente e forte provocando

A cadeira que sonhava

De saudades minha alma se encheu

Ao ver-me menina que corria

Descalça entre as amores que viveu

Vestida da alegria que sorria

A cadeira não estava só

O vazio é fantasia

O corpo esfacela como pó

Sua alminha,apenas dormia!