Dia dos Namorados


Dizem que o poeta somente o amor imagina
E que cantar às musas é a sua sina;
Dizem que o poeta é aquele do declarado
Ver sem jamais ter visto,
E do sentir sem jamais ter experimentado...
Mas nessa ilusão eu não insisto!...

Sou poeta, me dizem, e se assim for,
Canto decerto às musas, e ao amor...
Mas canto, sabendo que a minha lira
De versos, em acordes sobe ao Parnaso,
Mas, também, rios de emoção do meu sangue tira,
Fazendo vibrar cada veia, artéria e vaso!

Assim, pois, neste Dia dos Namorados,
Não canto ilusões em odes apaixonados
Para a minha namorada. Canto que, sem prazo
De vencimento para a minha paixão,
Ela é a musa que deixou de ser Deusa no Parnaso
Para entronizar-se dentro do meu coração!...



Antonio Maria Santiago Cabral
Publicado no Recanto das Letras em 12/06/2007
Código do texto: T524371



Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 09/06/2009
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T1639529
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