Hiroshima e o Lírio

Este mundo Hiroshima.

Qual seis tristes décadas atrás

Se espanta que de cima

Algo um sonido faz

Este mundo rodeado

De murmúrios e pesares

Não entende que a morte

Ainda vem dos altos ares.

Sob a face de desamor

Em um ausente abraçar

Uma bomba tão terrível

Prestes está em desabar

Hoje quietas praças e lojas

Não palavras nem dizeres

Este clarão que se arroja

Exibindo seus poderes

Rodeia-nos a sombra

crescendo ao próxima estar

O cheiro de morte assombra

Não há como se ausentar

Intolerância e descrença

Crescem lentas e furiosas

Grita alto em sua ofensa

Uma Hiroshima silenciosa

O orgulho é como alvo

Para a bomba que de lá vem

Não há como estar salvo

Só quem ao refúgio tem

O refúgio é estreito

Mas está em todo o lugar

E não entra quem despeita

Nem quem em si mesmo pode habitar.

O refúgio é uma Rosa

Que nasce mesmo em dias de guerra

O Anti-cogumelo da morte

O Lírio dos Vales veio à Terra

Marcelo Naconeski
Enviado por Marcelo Naconeski em 06/08/2009
Reeditado em 26/04/2013
Código do texto: T1739923
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