A FLOR-DE-MAIO E A SABIÁ
Uma bela Flor-de-maio
em meio a novembro se abriu
e em derredor, mansamente,
[fugindo dos bodoques do mundo!]
um belíssimo ninho surgiu.
Frágil ninho, feito de capim
seco e de pequenos gravetinhos,
[aos pés delicados da caqueira]
feliz por receber ajuda ali
a Sabiá deitou seus ovinhos.
E sem qualquer cerimônia, a flor
discreta, pra não chamar atenção,
desabrochou em aromas e camuflou
três sabiás dos donos de alçapão!
Longe da balbúrdia do mundo
e da ignorância de certos homens
a Flor-de-maio esquecida de um quintal
albergou desamparados e ensinou
que todo dia é dia de Natal!