Rompimentos

eu sei que esse som que agora sinto

mas que não ouço o que falei,

na forma de uma ave fugidia

vem romper o silêncio que o poeta

esqueceu...

nas palavras, nos encontros, na fumaça

mais um dia que se escondeu...

nem o breve espanto das fornalhas

aquecidas pelo sabor

encontram alento ou desfilam

nos quintais do trovador...

e uma taça quebrada pisa o chão...

como as folhas amarelecidas despertou

um certo medo ou suspense

nos quebrantados prantos do autor...

há um sentido inerte nos intervalos

dos sons que chegam a partir...

maré de pensamentos no passado

à procura de lembranças, de retratos

na pequena poça de lágrimas estagnada

de uma face que se separou...

São Paulo, 14 de março de 2013.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 14/03/2013
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