Rompimentos
eu sei que esse som que agora sinto
mas que não ouço o que falei,
na forma de uma ave fugidia
vem romper o silêncio que o poeta
esqueceu...
nas palavras, nos encontros, na fumaça
mais um dia que se escondeu...
nem o breve espanto das fornalhas
aquecidas pelo sabor
encontram alento ou desfilam
nos quintais do trovador...
e uma taça quebrada pisa o chão...
como as folhas amarelecidas despertou
um certo medo ou suspense
nos quebrantados prantos do autor...
há um sentido inerte nos intervalos
dos sons que chegam a partir...
maré de pensamentos no passado
à procura de lembranças, de retratos
na pequena poça de lágrimas estagnada
de uma face que se separou...
São Paulo, 14 de março de 2013.