EM BUSCA DA LIBERDADE
Tenho em minha face
As marcas das lágrimas
Do sal deste mar sem fim
Que ganhei por ter nascido desta cor.
Fui arrancado à força do meu berço
Em um veleiro velho fui jogado
Com isso fui marcado e açoitado
Cercado de muita dor e injustiça com meus irmãos me encontrei.
Mesmo tento muito lutado
Fui condenado à escravidão
Hoje sou chamado de preto velho
Pelo meu senhor
Com isso sou obrigado a dizer:
Sim, io...io!
Por medo do Pelourinho...
Hoje sou a mistura
Brutal e negra
Da ginga
Da dança
Do agogô
Do batuque
E como o poeta falou
O choro de África é um sintoma
De tantas nações guerreiras da minha mãe terra que aqui chegou.
Com isso hoje a senzala esta tomada por todas as nações
Nesta terra desconhecida pelo meu povo.
Agora face a face
Unimo-nos com as nossas semelhanças e diferenças
Em busca da nossa liberdade.