Hoje é carnaval.

O mundo se mostra sem noção, cada olhar uma dúvida,

O planeta agoniza seus tempos de esgotamento,

Barbáries se estampam em flash player, sem pudor.

Ao nosso lado ocorrem tragédias, nunca dantes imaginadas.

Move-se o planeta sem rumo, fende-se a terra ferida,

Sulcos e rugas se acentuam à cada piscar de olhos,

Tragando o líquido da vida e expondo raizes sem seiva,

O fogo brota de suas entranhas, tornando o clima inóspito.

Eis que a evolução, cobra seus derradeiros dividendos,

Viver se torna ato heróico, uma atividade de risco,

O próximo não dá mais a outra face desconhecida,

O ato de Perdoar não segue mais a conta dos sete.

A massa desfila sob nossos olhos, impávida e ofuscada,

Sem ritmo, fedida, atordoada em cinquenta tons de cinza.

E a vida segue, agonizante, em busca do último alento,

Ao som retumbante de um hino falido, do ideal esquecido,

Como séquito do Rei Momo e sua corte carnavalesca...

Rio, 16-02-2015.

Homenagem ao pais do carnaval e a hipocrisia dos túmulos caidos.

( Para além da alienação é um momento de prazer ou descanso desse mundo de "meu deus"!) - Regina Costa.