Morena do Grão Pará (Belém 400 anos)
Dia 12 de Janeiro
Vai ter festa o dia inteiro
E as bocas vão pronunciando
O que o povo vai anunciando
Ai quem me dera que eu fosse o primeiro
A te enxergar desabrochando
Até parece que foi ontem
400 anos e contando
Os sinos gritam o teu nome
Os periquitos cantam ao te ver
Vou te contar, Santa Maria
Fiz um poema você
Cidade da chuva, quando a tarde raia
Do rio que se transforma em praia
Das lindas praças, onde o amor se inflama
Do Teatro da Paz, monumental politeama
Do Outubro, da multidão na procissão
O pôr do sol, o cais do porto, a estação
Com o tacacá, adormecer a boca com Jambu
Lingua cabocla, idiomáticas do “égua” e do “tu”
Moça do taxi, quero uma “selfie”com você
No Rosário, a quermesse
Maniçoba que apetece
Na quadrilha, o Balancê
Desde criança reconheço os teus valores
De bicicleta percorri teus corredores
Na sombra das mangueiras me protegi dos falsos amores
E assim cresci, como um nortista interiorano
Pois cidade mansa, que nos abranda,
De capital não tens imagem nem semelhança.
Feliz Aniversário, Feliz Lusitânia
Em verso e prosa eu hei de cantar
Que tua memória nunca se apague
Cidade morena, Belém do Pará