Terreno cristalino
Em alusão ao fim de todo o romantismo e de todos os possíveis amores à primeira vista,
brindemos!
Os nefelibatas estão fora de moda.
Sejamos céleres.
Sejamos efêmeros.
Toda a eternidade foi lançada ao ostracismo:
sejamos, em sentimentos, os mais curtos possíveis.
E, assim, encarando-nos como obedientes à objetividade dos falsos sorrisos,
deixar-nos-ão viver, embora como insetos em busca da luz.
Mas, ao recolhermo-nos à nossa íntima solidão,
choraremos em segredo, pois lágrimas não mais comovem corações.
Comemoremos:
nos lugares nos quais pulsavam corações agora imperam terrenos impermeavelmente cristalinos.