Terreno cristalino

Em alusão ao fim de todo o romantismo e de todos os possíveis amores à primeira vista,

brindemos!

Os nefelibatas estão fora de moda.

Sejamos céleres.

Sejamos efêmeros.

Toda a eternidade foi lançada ao ostracismo:

sejamos, em sentimentos, os mais curtos possíveis.

E, assim, encarando-nos como obedientes à objetividade dos falsos sorrisos,

deixar-nos-ão viver, embora como insetos em busca da luz.

Mas, ao recolhermo-nos à nossa íntima solidão,

choraremos em segredo, pois lágrimas não mais comovem corações.

Comemoremos:

nos lugares nos quais pulsavam corações agora imperam terrenos impermeavelmente cristalinos.

Rangel Sá Lima
Enviado por Rangel Sá Lima em 05/06/2017
Reeditado em 07/09/2017
Código do texto: T6018613
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