1582-Série:ANIVERSÁRIO - ENVELHECER SEM NOTAR (10)

1582-Série:ANIVERSÁRIO - ENVELHECER SEM NOTAR (10)

Poema Nº 1582

Por Sílvia Araújo Motta

Vejo nas folhas que caem

que o inverno vai chegar,

Nas estrelas que se apagam,

meu tempo de descansar.

Relógio?Desnecessário.

Valorizo minha hora,

no segundo extraordinário,

vivo pensando no “agora”.

Meio século de vida

e os sete cumpro a somar...

na música, amor, poesia,

Trago a missão bem cumprida

com metas, planos de um dia...

Nos sonhos e fantasias,

um trabalho útil, honroso

de incontáveis alegrias,

fez-me o mundo prazeroso.

Valores transcendentais

aos minutos cultivados

a buscar cada vez mais

espíritos elevados...

Ficarei “sex”? Pois sim!

Com perfeita lucidez?

SEXagenária? Ah! Sim...

Daqui a pouco é minha vez!

SEXOxigenada nos cabelos...

Mais adolescente, talvez...

A história de cada saudade

dos momentos e pessoas...

Olhos miúdos!!!!!Verdade!

Muito para recordar!

Tantos fatos! Coisas boas!

Na infância e maturidade!

Meus quinze ou vinte anos!

Milagres! Maturidade!

Recebi e dei nos carinhos,

amor, atenção, compreensão!

Trabalhei com inteligência,

para gostar do que fazia!

Filhos amados!...Meus amores!

Até netos... quem diria!

Lutei pra ter paciência!

Enfrentei tantos problemas!

Alguns conseguir vencer

pela Fé que me carrega.

Meu espelho interior

Diz-me até...que já cresci!

Da gravidez... na balança,

faço o parto da alegria...

Agradeço todo dia

a Deus, pelo meu talento,

pelo amor, pela alegria

e pelo conhecimento.

O sol nasce acima das nuvens

e a lua inteira brilha no lago

porque alta vive, a cada dia!

Envelheci e não vi...por isso,

começaria tudo outra vez.

-

Belo Horizonte, meu brinde aos

57 anos, dia 6 de jan. de 2008.

---***---

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 10/11/2007
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T731265
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