Coisas da poesia
A natureza, sua atmosfera e os seus mistérios,
Sempre me aproximam
Do momento da percepção
E das coisas da poesia.
Cigarras cantando,
A umidade no ar,
O córrego saindo da sua nascente,
A pessoa louvando no ônibus,
A luz do sol entre as folhas na mata.
Aguçar os olhos para essas coisas,
É viajar pelo insondável.
Vejo o morro!
Desde pequeno enxergo o mundo em formas.
Os galhos retorcidos de uma árvore ressequida.
É como se e eu tivesse dedo nos olhos.
Eu preciso conhecer o mundo das minhas vistas
Explorando com o tato,
Aliás, não, apenas o tato,
Mas, a audição, o paladar e o olfato.
Só assim consigo estar presente
Só assim consigo perceber
A poesia do momento
Momento este sublime! em si mesmo
Eu recebi o chamado,
O chamado da poesia
E para poetar.
Eu sou a presença
Sendo a presença
Para mim
A resolução máxima
De todas as coisas.
Ela resolve conflitos,
Resolve apatia,
Resolve pré-conceitos,
Ilumina o escuro
Dar cor ao monótono
E concerta a relação dos homens.